Games # 1 - Kung Fu (Nintendinho)

     Vou inaugurar o blog com um dos jogos que fizeram parte da minha infância: Kung Fu, do Nintendinho. Lembro-me como se fosse hoje, muito antes do Street Fighter II bombar pelos arcades do mundo, Kung Fu era o jogo de luta que a galera daquela época curtia jogar num fliperama. É engraçado pensar que um jogo desse tipo que, em termos gerais, nos parece simplório hoje, naquela época era apreciado como se fosse a oitava maravilha do mundo. Mas até hoje em dia, me bate uma vontade de dar uma jogadinha nele, até porque ele possuía uma jogabilidade simples, mas bem agradável.

Fonte: (nes.wikia)

     Vamos falar um pouco da história desse jogo. Ele foi lançado originalmente no arcade, em meados de 1984, no Japão. Lá na terra do sol nascente era conhecido como Spartan X, devido a um filme de Jackie Chan, chamado Wheels on Meals, conhecido no Japão justamente pelo nome Spartan X. O jogo foi criado por Takashi Nishiyama (que fez o design do Street Fighter original), foi desenvolvido pela japonesa Irem e teve a sua versão norte-americana lançada posteriormente com o nome Kung Fu Master, pela Data East. O jogo era considerado por muitos como o primeiro jogo de luta no estilo ‘briga de rua’ (beat ’em up), que brilhou na década de 90 com títulos como Street of Rage e Final Fight, e possuía muitos elementos do filme Jogo da Morte, do Bruce Lee. Um ano depois, em 1985, foi lançada a versão para o Nes, Kung Fu, e essa versão será o foco deste artigo. 

(Fonte: entretenimentomijiniano)

     Na tela de apresentação você tem a opção de jogar com 1 ou 2 players, sendo que dentro de cada uma dessas opções você ainda pode escolher entre Game A ou Game B. A princípio eu achava que não havia nenhuma diferença significativa entre essas duas possibilidades de jogo, mas a opção Game B é bem mais difícil, pois sua barra de vida acaba muito mais rápido e os chefes dão uma apeladinha básica, mas acaba não sendo uma diferença muito relevante, já que, de um modo geral, o jogo é muuito fácil.

(Fonte: en.wikipedia)

     Em relação aos gráficos o que eu posso dizer? Bom, para um Nintendo... Ok. Todas as fases se passam numa espécie de torre, e cada fase corresponde a um andar desse lugar. Ao todo são 5 andares até o protagonista ir de encontro ao seu algoz. Você controla Keiji Thomas, um lutador de arte marcial que tem sua namorada, esposa, peguete, sei lá sequestrada pelo vilão Mr. X, que possui habilidades idênticas as de nosso herói. O nome dela é Sylvia e, entre uma fase e outra, aparece de vez quando amarrada numa cadeira suplicando ajuda ao seu amado. Resta a Thomas sair quebrando todo mundo na porrada para resgatar o seu grande amor.

     A trilha sonora do jogo é de uma diversidade impressionante! Do começo ao fim seu ouvido vai vibrar com a única música que o jogo tem. Nem mesmo os bosses possuem um tema próprio, mas, sinceramente, não é algo que vá fazer muita diferença, pois o jogo é tão curto que uma fase de Mario Bros equivale a todas as fases do jogo juntas. É sério, cada fase dura cerca de 1 minuto! Você bate em uma dúzia de carinhas e depois aparece o boss. Esse padrão se segue até o fim, com alguma variação, como adição de cobras, borboletas e... dragões chineses que cospem fogo? Então tá né.

     A jogabilidade como já foi dita é bem simples: você dá murro, chute, rasteira e voadora em todo mundo e, quase todos os inimigos, sucumbem com apenas um golpe. Mas mesmo sendo tão limitadinho, ainda é uma experiência agradável, mesmo que, curta. O jogo possui um marcador de tempo que é completamente desnecessário, levando em conta o fato das fases serem bastante curtas. Logo, seria improvável que você perdesse uma vida por esgotamento de tempo.

     No modo 2 Player, os jogadores só alternam a vez de jogar quando aquele que está jogando atualmente perder uma vida, o que é estranho, pois normalmente em jogos com opção 2 players, quando se alternam, eles sempre trocam de vez quando aquele que joga perde ou passa de fase, mas aqui é diferente, pois o segundo jogador só vai poder jogar quando o primeiro perder. Agora imagine se você estiver jogando com aquele seu amigo viciado no player 1, você não vai jogar nunca! Será que os programadores não pensaram nisso?! Outro detalhe é que mesmo que um dos jogadores passe de fase, o outro precisará passar também pela mesma, fase, apesar de controlarem o mesmo personagem! Enfim, às vezes eu me excedo nos detalhes... hehehe

Passo a passo com spoilers (O que nesse caso nem faz tanta diferença =P)

Fase 1

     Esse é o tipo de jogo que não há muito o que ser dito. Na primeira fase você caminha pelo templo dá uma porrada em um monte de cara igual, que só pode ser tudo clone um do outro. Para ficar ainda mais bizarro os caras nem te atacam dando porrada, eles te matam dando encoxadas! Eles te abraçam gostoso e a sua energia vital vai toda pro beleléu. Thomas realmente é muito macho para ter que aturar um disparate desse!

(Fonte: entretenimentomijiniano)

 

(Fonte: entretenimentomijiniano)

 

     Um outro figura é esse sujeito de camisa branca que adora atirar faca no coitado do Thomas, um dos poucos personagens do jogo que não tem vontade de dar uns agarros no protagonista. Ele joga faca por cima e por baixo, então, se for por cima, você abaixa, se for por baixo, pula, simples, não?

O chefe dessa fase é um cara que quer te atacar com um pau na mão! Ou seja, não bastasse os outros querendo te agarrar a qualquer custo, agora vem esse que quer meter o pau em você?! Não há muito o que fazer aqui, meta porrada até ele cair. As batalhas contra os bosses são épicas e duram por volta de 2 segundos! Tenho certeza que depois disso você vai lembrar-se daquele titã que você enfrentou no Shadow of the Colossus!

(Fonte: entretenimentomijiniano)

  

Fase 2

     Essa fase já começa chovendo cobras (realmente há algo de muito estranho nesse jogo), dragões chineses que cospem fogo e bolas que explodem. As cobras só podem ser mortas enquanto estão caindo, depois que estão no chão ficam invulneráveis. O mesmo acontece com os dragões, mas estes podem ser destruídos às vezes com um murro nas fuças. Quanto às bolas explosivas, você pode destruí-las com voadoras, passar batido, ou esperar elas explodirem, tomando cuidado para não ser atingindo pelos fragmentos. Passado essa primeira parte, você volta a ser atacado por aqueles caras encoxadores e pelos atiradores de faca até chegar ao segundo boss, que é esse sujeito que atira bumerangues. O padrão desse cara é praticamente o mesmo do atirador de facas, não tem mistério.

 

(Fonte: entretenimentomijiniano)

(Fonte: x-entertainment)

Fase 3

     Esqueci de mencionar, antes do sujeito do bumerangue tem um inimigo novo que surge junto com os encoxadores: os aprendizes de encoxadores, criancinhas que adoram abraçar seus inimigos, mas com o diferencial: se você abaixa para atacá-los eles pulam em cima da sua cabeça com um salto mortal (original, não é?). Nessa terceira parte do jogo esses pimpolhos aparecem em abundância. O soco abaixado é muito mais eficaz que a rasteira.

(Fonte: entretenimentomijiniano)

 

     A quantidade de carinhas nessa fase é maior que nas anteriores, mas igualmente fácil, já que você mal pisca o olho e já tá no chefe.

(Fonte: entretenimentomijiniano)

      Dessa vez o boss é um negão mal encarado. Mas o que tem de grande tem de frouxo. Acertando socos abaixados ele morre em menos de um segundo. O jogo é absurdamente fácil, pelo menos no modo Game A. É até uma heresia da minha parte fazer um texto tão grande sobre esse jogo hehehehe.

Fase 4

     A essas alturas você já deve ter ganhado uma vida extra, pois a cada 50 mil pontos você ganha uma vida. Nessa fase, ao invés de chuva de cobras, agora são borboletas que saem da toca para te atacar. O negócio é passar batido e matar somente aquelas que não puder desviar. 

(Fonte: entretenimentomijiniano)

 

     Como na segunda fase, após isso, você volta a ser atacado por um grupo de taradinhos até chegar no boss dessa fase: um bruxo, ou bruxa, não pude identificar, mas parece muito com o corcunda de Notre Dame. Esse tem uma variedade de ataques maior que os bosses anteriores. solta bola de fogo em cima e embaixo, faz aparecer dragões, se teletransporta e, às vezes, cria um clone dele pra te atacar. Mas por mais difícil que pareça, você não vai passar mais que 3 segundos enfrentando ele/ela, mesmo que isso signifique ser derrotado em 3 segundos, hehe. Algumas bolas de fogo que são atiradas podem ser destruídas na porrada e, logo depois que ele/ela se teletransporta, já surge mais à frente contra-atacando, então fique esperto para isso.

(Fonte: entretenimentomijiniano)

  

Fase 5

     Idêntica à terceira fase, só vai mudar o boss mesmo. Então vamos falar dele: esse é o grande vilão do jogo, o Mr. X, um nome de cientista maluco dado a um lutador de artes marciais... muito coerente... A questão é que, além de ele possuir um nariz maior que o seu, ele também aplica todos os golpes que Thomas é capaz de fazer e, além disso, é capaz de neutralizar alguns golpes defendendo, logo esse sujeito pode lhe dar trabalho. Você pode bater uma vez e recuar, esperar ele contra-atacar e tentar atacá-lo novamente com um contra-ataque. Diferente dos outros bosses, nesse não dá para chegar batendo que nem um louco varrido, desta vez tem que ter um pouco mais de cautela.

(Fonte: entretenimentomijiniano)

 

     No fim, Thomas finalmente reencontra Sylvia e vivem felizes para sempre. Mentira, o próprio final do jogo já deixa claro que eles não serão felizes por muito tempo. O Mr. X vai raptar a Sylvia de novo e você começará o jogo do início, mas a cada vez que você encerrar o jogo, ele vai ficando mais difícil. Na época dos fliperamas, a galera costumava zerar umas 3, 4 vezes seguidas e o grande desafio dos viciados era a quantidade de vezes que você era capaz de terminar o jogo sem dar um Game Over. E aí, quantas vezes você acha que será capaz de terminar esse jogo sem perder?

(Fonte: entretenimentomijiniano)

 

(Fonte: entretenimentomijiniano)