Depois
de anos encostado num canto qualquer do mundo virtual, juntando teias de aranha
e poeira, decidi ressuscitar esse blog que estava inativo já fazia um bom
tempo. A correria com trabalho e faculdade, fora outros problemas me
desmotivaram a continuar inserindo conteúdo novo aqui. Mas depois de cerca de 1
ano e meio estou de volta com novas análises de jogos e filmes. Pra começar,
estava eu me divertindo com alguns reviews do AVGN, quando decidi baixar um pack
de jogos do NES pro meu notebook. Dei
uma boa olhada na lista e fiquei pensando: ‘Qual escolho?’ Até que decidi
escolher um que eu nunca tinha ouvido falar. Foi então que bati o olho em 8 Eyes e conclui: ‘É este!’.
Fonte: (gibsongarbagefiles) |
8 Eyes... quando você lê o
título não consegue fazer a menor ideia do que se trata. De início achei que se
tratava de algum jogo de nave, desses que você sai por aí metralhando uma orda
de bagulhos voadores, mas quando o jogo começa você descobre que se trata de
algo completamente diferente.
A
história do jogo é ambientada num futuro pós-apocalíptico. A humanidade está se
recuperando após um período de centenas de anos de caos e guerras nucleares e a
civilização está sendo reconstruída pelo ‘Grande Rei’, que detém o poder das ‘8
joias’. Essas joias são conhecidas como ‘os 8 Olhos’ (daí o título do jogo) e foram
formadas no centro de 8 explosões nucleares que quase destruíram o planeta.
Essas relíquias possuem poderes misteriosos que poderiam causar o fim do mundo
caso caíssem em mãos erradas. Infelizmente, 8 poderosos duques que serviam ao
Grande Rei, consumidos pela sede do poder, roubaram os 8 Olhos, baniram o rei
para regiões nucleares e trouxeram o caos novamente, ameaçando mergulhar a
Terra em guerras sem fim. Apesar de interessante, essas informações não estão
presentes no jogo, o que significa que provavelmente foram retiradas do manual
de instruções do game e se você não tem o manual, ou vai encontrar a história
na internet ou ficar boiando nos acontecimentos do jogo.
Fonte: (gamefaqs) |
O jogador controla Orin, o Falcoeiro e seu falcão de combate Cutrus.
Sua missão é penetrar nos 8 castelos dos duques e recuperar os 8 Olhos. Com a
ajuda de Cutrus você deve lutar contra os soldados dos duques, mutantes
nucleares e o duque de cada castelo para recuperar as joias. Após as joias
serem recuperadas, você deve devolvê-las para o Altar da Paz, para que o Grande
Rei possa retornar e terminar a reconstrução do planeta.
Este jogo foi desenvolvido pela Thinking
Rabbit para o Nintendinho, lançado em 1988 no Japão e em 1990 nos EUA. Ele
possui uma trilha sonora bem diversificada, composta por Kenzou Kumei, onde
cada fase possui 3 músicas diferentes: uma antes de entrar no castelo, outra
dentro do castelo e outra na hora de enfrentar o Boss! Apesar de ser
impressionante a quantidade de músicas que tem no jogo, nenhuma delas é de fato
memorável.
Fonte: (emuparadise) |
Os gráficos estão bacanas, apesar de todas as fases se passarem em
castelos/palácios, os cenários diferem bastante um do outro, entretanto a
estrutura das fases é praticamente a mesma em todo o jogo: subir e descer
escadas, derrotar inimigos, acionar alavancas para abrir portas e enfrentar um
dos duques no fim de cada fase. Acho que poderia ter caprichado mais na
variedade de gameplay de cada fase.
Para compensar isso pelo menos há uma grande variedade de inimigos. Soldados,
cavaleiros, arqueiros, lutadores, cabeças de caveiras, morcegos, peixes
carnívoros, vespas, monstros de lama, atiradores de facas, esqueletos etc..
8 Eyes pode ser jogado por 1
ou 2 jogadores, sendo que, no modo cooperativo para 2 jogadores um controla Orin
e o outro controla Cutrus, já no modo single
player o jogador tem o controle limitado de ambos, o que torna o jogo muito
mais difícil.
Fonte: (youtube) |
Quando você inicia o jogo eis que surge uma tela de apresentação com o
título do jogo e a imagem do Cutrus logo acima. Você tem a opção de iniciar ou
continuar o jogo. Ao iniciar você é remetido a uma tela de seleção de estágio
com 8 palácios/castelos e você pode escolher livremente a ordem das fases que
você quer seguir, com exceção do castelo que fica no centro que você só pode
acessar após concluir todos os demais estágios. Cada palácio está localizado em
um país, com exceção de um que fica na África, o que soa estranho, pois tem
outro estágio que é no Egito e o Egito se localiza na África também, hehehe,
mas enfim, os estágios são: Arábia, África, Espanha, Alemanha, Egito, Índia,
Itália e “House of Ruth” (que sabe-se
lá onde fica...). Como já era de se suspeitar a casa da Ruth é o único lugar
que a gente não consegue acessar de início. Escolhendo qualquer um dos estágios
você vai iniciar a fase de frente para o castelo escolhido e deverá acionar uma
alavanca para abrir o portão e entrar no local tranquilamente, afinal de
contas, segurança pra quê né?
Fonte: (copernicusnerdicus) |
É aqui que a aventura se inicia de fato! De cara você sente que a estrutura
das fases, a jogabilidade e a forma como você avança são meio familiares. Isso
porque é bastante semelhante ao clássico ‘Castlevania’, pelo menos a princípio.
Aquele ambiente cheio de escadas pra subir e descer, tochas, variedades de
inimigos, itens escondidos em parede... estão tudo lá, a diferença é que seu
personagem ataca com uma espada pequena, ao invés de um chicote, o que já nos
trás um grande problema, porque até o inimigo mais simples do jogo é difícil de
derrotar sem tomar dano, pois você tem que se aproximar bastante deles pra
conseguir atingi-los e de cara isso já torna o jogo bastante difícil, sério! De
início eu mal consegui avançar porque tomava dano de quase todos os inimigos e
dentro de pouco tempo já morria. Com o tempo você descobre que alguns padrões
de ataques podem ser evitados, por exemplo, dando um golpe no momento certo e
recuando, esperando o inimigo atacar para então poder avançar nele novamente,
mas tem inimigos que não tem estratégia para serem vencidos sem levar dano, ou
você foge ou parte pra cima e perde um naco de HP.
Fonte: (copernicusnerdicus) |
O jogo te apresenta três barras de energia: uma para Orin, outra para
Cutrus e outra para os itens/armas que você encontrará pelo caminho. Assim como
acontece com Castlevania, onde você encontra armas que podem ser usadas por uma
quantidade limitada de vezes, aqui o esquema é o mesmo, com a vantagem de você
poder armazenar os itens que você coleta e poder selecionar qual deles você
quer usar a qualquer momento, sendo limitado, pela quantidade de pontos que você
tem disponível na barra de itens. Para as 3 barras existem itens que enchem
elas que você pode encontrar derrotando inimigos ou os encontrando escondidos
em algumas paredes que quebram. Alguns destes itens, inclusive, são
extremamente úteis para usar contra inimigos, em especial, os bosses do jogo.
Tem um item, por exemplo, que é uma bolinha branca (que não identifiquei o que
era) que você arremessa nos inimigos e os deixam paralisados por alguns
segundos, tornando mais fácil sua investida contra eles. Além do ataque básico
de Orin e dos itens que você tem a disposição você ainda pode usar o Cutrus
para atacar inimigos, coletar itens e acionar alavancas, infelizmente, na
prática, isso é um martírio de se fazer porque a jogabilidade é horrível de uma
forma geral. Pelo menos quando você é atingido por um inimigo você não é jogado
para trás, como acontece em Castlevania
ou Ninja Gaiden, hehe.
Fonte: (tumblr) |
Após a conclusão de cada nível, curiosamente, o duque derrotado
convida Orin para um jantar e os dois se sentam numa mesa e são servidos por um
esqueleto, que é um dos inimigos básicos do jogo. Logo após isso Orin recebe um
password e uma nova espada e o
interessante é que cada duque é vulnerável a um tipo de espada, mais ou menos
como acontece nos jogos do Megaman,
onde você usa a habilidade de um boss
para combater outro, a diferença é que neste jogo você não pode selecionar uma
das espadas que você ganhou, você só pode usar a espada que você acabou de
ganhar na fase anterior. Por essa razão, apesar de você ter liberdade para
escolher a ordem dos castelos que você quer ir, sua escolha vai influenciar
consideravelmente na dificuldade do jogo, ou seja, só existe uma rota a seguir
que vai deixar o desafio consideravelmente mais simples. O interessante é que
há indícios escondidos durante todo jogo sobre a ordem correta de castelos a
visitar (eu não achei nenhum, hehehe, mas acredito que tenha algo a ver com as
cores das espadas). Após todos os castelos serem concluídos, o jogador tem
acesso ao estágio House of Ruth que
fica no centro da tela de seleção de fases.
Após o estágio House of Ruth
ser concluído e Orin recuperar todas as joias, o jogador ainda deve retorná-las
para o Altar da Paz. Neste ponto as joias devem ser colocadas em uma
determinada ordem e, caso você erre a ordem das joias no altar toda sua
aventura vai por água abaixo e o jogo será perdido. Para evitar esse desastre e
descobrir que ordem elas devem ser colocadas também há indícios sobre isso
escondidos no decorrer da aventura. São pergaminhos escondidos nas paredes que
contém dicas como: “O amarelo está do lado do vermelho” ou “Entre o preto e o
branco não há azul”. Com esses fragmentos de informação você monta o quebra
cabeça e descobre a ordem que as joias devem ser colocadas. Portanto, é primordial
que você explore bem cada castelo para coletar todos os pergaminhos com as
dicas. Por fim, após você concluir o jogo você ainda é convidado a participar
de uma nova aventura e um novo desafio que deve estar relacionado com o fato do
jogo apresentar até 3 finais diferentes!
Fonte: (youtube) |
A impressão que eu tive desse jogo é que ele tinha um puta potencial
que foi destruído pela jogabilidade fraca e pela falta de criatividade na
estrutura das fases, deixando tudo um tanto quanto repetitivo. Ainda assim ele
apresenta bastantes elementos interessantes como a ótima história, a questão de
seleção de estágios, o fato dos duques serem vulneráveis para cada tipo de
espada, a ideia de você coletar pistas para descobrir a ordem das joias no fim
do jogo entre outras coisas que conseguem distanciar um pouco este jogo das
comparações feitas com Castlevania em que ele é claramente inspirado. Se você
tiver um pouco de paciência pra dominar a jogabilidade dele que é meio travada,
vale a pena conferir.
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