A saga Flashpoint ou Ponto de
Ignição, publicada pela DC Comics
em 2011, foi criada por Geoff Johns e desenhada por Andy Kubert para ser o reboot que posteriormente abriria espaço
para o surgimento dos Novos 52, que
promoveu o relançamento de toda a linha editorial da DC, incluindo séries que já eram publicadas há mais de 70 anos,
como Detective Comics e Action Comics, mas isso já é outra
história... Por ser o ponto de partida de uma série de mudanças radicais em
todo universo da editora, a saga Flashpoint
além de poder ser considerada um marco de mudanças na DC, nos apresenta uma história maravilhosa envolvendo crossovers entre os membros da Liga da
Justiça, num universo paralelo criado por Barry Allen, o Flash.
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Fonte: (zonafilmes) |
Aproveitando o sucesso colhido nos cinemas
com a trilogia de Batman, de Nolan, e Homem de Aço, de Snyder, a DC aproveitou para lançar em 2013 aquela
que seria uma das suas melhores animações já feitas: Liga da Justiça - Ponto de Ignição (Justice League - Flashpoint
Paradox), baseada na saga já citada no parágrafo anterior.
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Fonte: (mutantexis) |
A história é a mesma das HQs: Barry White, ainda criança, está
com sua mãe numa estrada com o carro estragado à espera de alguma ajuda.
Enquanto se irrita com a indiferença dos motoristas que passam e os ignoram,
recebe da mãe uma dessas lições de vida que ele vai levar consigo pro resto da
vida. Num certo dia, enquanto Barry voltava correndo para casa, ele se depara
com o local totalmente bagunçado e ao entrar em casa se depara com a sua mãe
morta, estirada no chão, ensanguentada. Após esse evento a história dá um salto
para o futuro e encontramos um Barry White já adulto em frente ao túmulo da
mãe, junto com sua namorada. Enquanto eles conversavam Barry recebe um chamado
da Liga da Justiça dizendo que o Museu
Flash, em Central City foi
invadido por alguém. Chegando ao museu, já trajando seu uniforme de Flash, ele
passa a ser atacado por um grupo de vilões que já são velhos conhecidos dele.
Após um embate entre eles Flash acaba sendo preso por uma espécie de liga
cinzenta resistente. Nesse momento o líder do grupo de inimigos se revela:
Professor Zoom, ou Flash Reverso, o principal inimigo de Flash. Zoom revela seu
plano de destruir toda Central City
com bombas, que para surpresa de seus aliados, estavam implantadas no cinto de
cada um sem que eles soubessem e caso tentem retirá-las, tudo explodirá mais
rápido. Pensando rápido Flash usa o movimento rápido das mãos para arremessar
parte do produto que o prende em Flash Reverso fazendo com que os dois fiquem
presos e fala que se ele morrer o Flash Reverso também morrerá, mas, este por
sua vez, não se importa e diz que matar o Flash e destruir Central City é um preço que vale a pena pagar. Nesse momento surge
o Batman e o restante da equipe da Liga da Justiça. Ao verificar as bombas, o
morcego conclui que a tecnologia é muito avançada para desativar e Flash dá a
ideia de cada herói levar um inimigo com bomba para um lugar diferente para
desativá-las individualmente. No fim cada herói consegue desativar uma bomba
usando suas habilidades, inclusive o Flash. Com o retorno da Liga para o museu,
todos os vilões são presos, mas ao passar pelo Flash, o Professor Zoom diz:
“Desfrute de suas pequenas vitórias, Flash, pois, por mais rápido que corra não
pode salvar a todos. Não aqueles com quem você se importa.”. Perturbado com
essas palavras, Flash sai correndo em disparada refletindo a respeito disso. Um
tempo depois ele se vê acordando em cima do computador do trabalho. Ao ver que
algo acontecia lá fora foi correndo para averiguar, mas se desequilibra e cai
da escada. Ao acordar se vê nos braços de sua mãe e mesmo sem entender o que
está acontecendo a abraça calorosamente. Era o dia do aniversário dela e eles
iam almoçar juntos. Logo após isso, Barry descobre que está sem seus poderes e
parte à procura da Liga da Justiça em busca de respostas. A partir daqui Flash
se dará conta de que está preso num universo paralelo em que a Liga da Justiça
não existe, o Batman utiliza armas de fogo e não é o Bruce Wayne, Ciborgue é um
herói popular que trabalha para o governo e quer convencer o Batman a montar
uma estratégia para tentar acabar com uma guerra entre a Mulher Maravilha e
suas amazonas (que tomaram conta do Reino Unido, fundando a Nova Themyscira) e
o Aquaman e seus Atlantis (que querem vingar o assassinato de Mera, mulher de
Aquaman, pela Mulher Maravilha e também planejam causar um inundamento na
Europa Ocidental). Além disso, Shazam que era originalmente um menino, agora
são seis, a família Shazam, cada um com um poder específico referente a uma
letra da palavra mágica e, por fim, o Super Homem que virou um sujeito anêmico
e amendrontado que está preso numa instalação militar desde que o foguete que o
levou à Terra caiu em Metrópoles matando 35 mil pessoas, não tendo visto uma
única vez a luz do sol.
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Fonte: (beyondhollywood) |
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Fonte: (soentertain) |
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Fonte: (newsarama) |
Esse é o cenário caótico que nos apresenta
o Liga da Justiça: Ponto de Ignição. Dirigido por Jay Oliva e tendo o roteiro
original adaptado para as telas por James Krieg, o filme tem o desafio de
compactar uma saga inteira publicada em 7 edições para o formato audiovisual em
85 minutos, ou seja, é bastante informação para resumir num longa, sem levar em
conta que quem já leu as sagas nos quadrinhos costuma dizer que a história já é
bem corrida originalmente. Acho que por conta disso você vai ver muitos
personagens do universo DC fazendo uma participação relâmpago na história, como
Lex Luthor e Exterminador que queriam para si a arma usada por Aquaman para
criar enormes maremotos. Outros personagens não dão nem tempo de serem
identificados de tão rápido que surgem e se vão. Além disso, como a história já
é complexa por si só e envolve muitos personagens, muita coisa fica
subentendida pela falta de detalhes na história, então se deve prestar bastante
atenção em cada detalhe para não ser perder e entender as motivações do Flash
ou as razões que o levaram a um mundo paralelo, ou ainda porque nesse novo
universo o Flash Reverso se tornou o próprio paradoxo, o que impede o Flash de
voltar para seu universo. São muitos detalhes para se atentar. Outra coisa que
não me agradou muito foram os traços dos personagens, meio quadradão demais ou
exagerado demais, sei lá. O Aquaman em cenas de close ficou bastante esquisito,
parece que entupiram a cara dele de bomba, hehehe.
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Fonte: (idlehands1) |
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Fonte: (adorocinema) |
Apesar de muitos considerarem esse um dos
piores crossovers da DC, eu adorei a
história, a relação do Flash com o Batman do universo alternativo e a motivação
de cada um para trabalharem juntos achei bem bacana. A ideia de um Super-Homem
que foi capturado pelo exército desde o dia em que chegou à Terra, achei massa
também e o fato de trabalhar com realidades alternativas, dando ao universo DC
a possibilidade de, por exemplo, matar um personagem clássico, coisa que já
mais aconteceria na cronologia principal (com exceções de heróis que morrem e
de alguma forma muito louca ressurgem do nada em edições posteriores). Por
conta dessas razões, tudo é imprevisível e você fica instigado a acompanhar a história
até o final para saber no que vai dar.
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Fonte: (jovemnerd) |
Mesmo
para aqueles que, como eu, nunca leram a saga Ponto de Ignição nos quadrinhos,
a sua versão lançada diretamente para vídeo é uma ótima pedida, com uma
história bem complexa, bastante ação e momentos intensos que deixarão você
grudado na tela até o momento dos créditos finais.
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Fonte: (batcave) |