A DC Comics, no início da década de 1940, era dominada por
personagens masculinos com superpoderes, tais como o Superman, o Batman e o
Lanterna Verde. Quem teve a ideia de trazer para esse universo, outrora
machista, um personagem feminino com superpoderes foi o psicólogo, teórico feminista
e quadrinista William Moulton Marston. Ele deu a ideia a Max Gaines,
co-fundador da All-American Publications,
e desenvolveu junto com sua esposa uma das heroínas mais emblemáticas do universo
DC, a Mulher Maravilha, uma amazona
dotada de força física comparável à do Superman, capacidade de voar e agilidade
sobrehumana, estreando em All-Star Comics
#8, em dezembro de 1941. Desde então a personagem foi alçando sucesso no
decorrer dos anos, seja em publicações solo, ou seja, nas publicações da Liga da Justiça, a qual não demorou
muito para ela ingressar e se tornar um dos principais membros da equipe. Mais
tarde, na década de 70, ganharia uma série de sucesso em live-action, interpretada por Lynda Carter, mas só veio estrear seu
próprio longa-metragem em animação em 2009. O qual é objeto deste artigo.
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Fonte: (cinecombofenix) |
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Fonte: (blogdorogerinho) |
A história é vagamente baseada na
série “Gods and Mortals”, publicada
em 1987, pelo desenhista George Perez, que foi responsável por um período de
reformulação das características essenciais da heroína. Para a direção foi
escalada a experiente Lauren Montgomery, conhecida por ser responsável por
outras produções da DC, como Superman: Doomsday, como diretora e Justice League: The New Frontier, como
autora de storyboard. O roteiro é
assinado por Gail Simone e Michael Jelenic e a produção fica por conta do
renomado Bruce Timm.
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Fonte: (blogdorogerinho) |
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Fonte: (vigilandoelcielo) |
Tudo começa séculos atrás,
durante uma guerra entre a rainha Hipólita e suas amazonas contra o deus da
guerra Ares. Tal conflito se desencadeou após Hipólita ser traída e resolver se
rebelar contra Ares e o filho dos dois, Thrax. Lá pelas tantas ela parte para
cima de Thrax e decapita o rapaz e logo em seguida subjuga Ares numa batalha
decisiva. Quando parte para matá-lo é impedida por Zeus, que não permite que
seu filho Ares seja morto pela amazona, mas permite que ele seja seu
prisioneiro, colocando nele braceletes que anulam todo o poder de Ares. Ainda
como prêmio, Hipólita recebe de Hera uma ilha isolada chamada Themyscira, onde
as amazonas poderão viver longe dos homens. Uma vez nessa ilha Hipólita sente o
desejo de ser mãe, mas como a cultura das amazonas não permite o contato com
homens, ela cria uma menina de barro e dá vida a essa menina, que mais tarde
seria conhecida como a princesa Diana.
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Fonte: (andhora) |
Diana cresce, recebendo o
treinamento árduo das amazonas, tanto com armas, quanto de mãos limpas. Quando ela
fica adulta, a ilha recebe a visita inesperada de um piloto americano, Steve
Trevor, que teve seu avião abatido num conflito aéreo e quando estava para
morrer Hipólita permitiu que a ilha ficasse visível a ele, permitindo que ele
fizesse um pouso de emergência. Após Trevor ser interrogado por Hipólita, ela
decide fazer um torneio para decidir quem seria a Amazona responsável por levar
o piloto ao seu mundo novamente. Mesmo sendo impedida, Diana participa do
torneio e o vence, ao mesmo tempo em que Ares foge da prisão após uma
conspiração que culminou no assassinato de uma das amazonas que estavam
responsável pela sua vigia. Após saberem do ocorrido, Diana fica encarregada de
levar Trevor ao seu mundo e seguir no encalço de Ares, enquanto este busca uma
forma de retirar os braceletes que selaram seu poder divino e se vingar pela
morte do seu filho Thrax.
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Fonte: (comicbooksmoviescomicbooksmovies) |
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Fonte: (dcmovies) |
Eu confesso que nunca me
interessei muito pelas histórias da Mulher-Maravilha ou do Ares, mas após jogar
bastante o Injustice, que envolve vários personagens do universo DC, inclusive
esses dois, fiquei com mais curiosidade de buscar a origem de cada um. O filme
é ótimo e a história é muito boa, sabendo misturar de forma decente várias
fases da heróina nos quadrinhos, desde a Era de Prata, até os anos 80, onde
ocorreram as reformulações feitas por George Perez. Uma coisa que sempre tive
muita dúvida era a respeito da espaçonave invisível da Mulher-Maravilha, ora,
se ela é capaz de voar, pra que diabos ela precisaria de uma nave? Pesquisando
um pouco da história dela descobri que no princípio ela não era capaz de voar e
por isso a existência da nave era justificada. Com a releitura de autores que
se sucederam a este período, ela foi ganhando a habilidade de voar e a nave foi
sendo descartada com o tempo e somente em histórias bem recentes ela voltou
novamente à cronologia de Diana, como dote da raça alienígena lansiraniana.
Neste filme Diana não consegue voar ainda e por isso necessita da nave
invisível para levar Trevor de volta aos EUA.
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Fonte: (blogdorogerinho) |
O filme ainda consegue trazer à
tona o debate sobre os conflitos entre os sexos e o choque entre a cultura das
Amazonas, como mulheres independentes, e a cultura dos homens, apresentada pelo
piloto Steve, mostrando o período de descobertas da personagem e o período de
superação das diferenças culturais, culminando no sentimento de atração que o
piloto exerce na heroína. Fora isso a história ainda nos delicia como muita
cena de ação e violência comedida (tem muita cena de carne cortada, mas sem
nenhum pingo de sangue, hehe) e a espetacular batalha entre Ares e a
Mulher-Maravilha no final, que pra mim foi um show à parte.
Esse longa é um filme
recomendadíssimo, não só para quem já é fã da Mulher-Maravilha, mas pra quem,
assim como eu, não conhecia praticamente nada do universo da personagem, que
por sinal, é bastante interessante e abrangente.
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