O primeiro videogame que tive foi
o CCE, um genérico do atari, e me lembro até hoje quando a minha mãe chegou com
aquele videogame lacrado na caixa a empolgação que eu e meu irmão tivemos para
jogar videogame pela primeira vez. Ele vinha com o clássico Pac-man e jogávamos aquilo como se não
houvesse amanhã haha. Mas este artigo é sobre outro jogo dessa época que também
marcou muito a minha infância, a do meu irmão e a dos meus primos: Pitfall! (com exclamação mesmo).
Fonte: (en.wikipedia) |
A gente chamava de “jogo do
Tarzan”, por conta do estilo do jogo ter uma ligeira semelhança com o famoso
homem das selvas. Entrementes, ao invés de você controlar um sujeito que
cresceu na selva, você controla um explorador conhecido como Pitfall Harry e o
objetivo é explorar uma floresta repleta de perigos e armadilhas e conseguir
recuperar 32 tesouros num período de 20 minutos. Pelo caminho você se depara
com troncos de árvore rolantes, areias movediças, poços de piche, fogueiras,
cobras, morcegos, crocodilos entre outros. Para isso Harry é capaz de saltar,
abaixar, escalar cipós e subir e descer escadas. Você pode decidir se quer
seguir pelo caminho da direita ou da esquerda para completar a jornada. Quando
eu jogava sempre ia pela esquerda porque achava mais fácil de pular na cabeça
dos crocodilos do que seguindo na outra direção. Além disso, você pode cortar
caminho pelo subterrâneo em algumas ocasiões, o único problema disso é que você
tem que passar por um escorpião grande que exige certa precisão no salto para
não ser atingido por ele. Os danos infligidos ao Harry podem ocasionar perda de
vida extra, caindo na areia movediça, por exemplo, ou perda de tempo, como no
caso dos troncos rolantes.
Fonte: (g4tv) |
Fonte: (destructoid) |
O jogo não possui trilha sonora,
o que é bastante comum em jogos de Atari,
se limitando apenas aos sons do salto do personagem, do balanço do cipó quando
agarrado e da perda de uma vida extra. Pitfall!
foi idealizado por David Crane, um programador que trabalhou para a Activision
em meados da década de 80. Logo após ter criado em 1979 uma tecnologia para
representar um homem correndo com o máximo de realismo dentro da limitadíssima
capacidade de um Atari, Crane começou a trabalhar no desenvolvimento do jogo,
que só foi oficialmente lançado em 1982. O projeto original do jogo levou
apenas 10 minutos para ser posto no papel, mas cerca de 1000 horas para ser
programado. Além disso, originalmente ele não possuía vidas extras, ou seja,
você poderia perder uma vida depois de uns 19 minutos de jogo e ter que começar
tudo do início novamente, o que seria bastante frustrante se eles não tivessem
conseguido programar as vidas extras duas semanas após a criação do projeto
original.
Fonte: (rickandviv) |
O jogo receberia inicialmente
como título Jungle Runner, mas a
equipe de marketing da Activision barrou a ideia e num posterior brainstorm,
depois de outros títulos frustrados como Zulu
Gold e Amazon, finalmente
decidiram por Pitfall!.
Com o seu lançamento, Pitfall! Alcançou
na época bastante sucesso e vendeu até hoje cerca de 4 milhões de cópias
entrando para a lista dos jogos de Atari mais vendidos de todos os tempos. Ele
ainda conseguiu o privilégio de permanecer 64 semanas seguidas como o melhor
jogo de todos os tempos (tudo bem que a concorrência naquela época não era lá
essas coisas, hehe). Por fim o sucesso do jogo foi tamanho que a Activision já chegou a receber por volta
de 14 mil cartas de fãs, por semana, seja parabenizando pelo jogo ou seja para
mandar esboços de mapas e fases desenhados a mão, como ideias para futuras
continuações. Nesse ínterim a companhia teve que contratar pessoas só para dar
conta de ler tantas cartas que chegavam.
Fonte: (pt.wikipedia) |
Pitfall! Teve uma série de remakes criados para sistemas de
computadores, como o Commodore 64 e o
Aple II, e para os consoles domésticos
como o ColecoVision e o Intellivision. Além disso, o sucesso do
jogo gerou uma série de sequências: Pitfall
II: Lost Caverns (1983) para Atari
2600; Super Pitfall (1987) para o
Nes; Pitfall: The Mayan Adventure (1994) para o SNES; Pitfall 3D: Beyond the
Jungle (1998), para o Game Boy Color
e para o Playstation; e Pitfall: The Lost Expedition (2004) para
Game Boy Advance, GameCube, Playstation 2
e Xbox.
Fonte: (wallpapersonweb) |
Como curiosidades vale citar que:
Pitfall! teve alguns aspectos
tecnológicos pioneiros para a época como ausência de cintilação, multicoloridos
e sprites; gerou em 1983 uma série animada de televisão chamada Pitfall Harry
que fazia parte de um programa chamado Saturday Supercade e que contava as
aventuras de um caçador de tesouros chamado Harry, sua sobrinha Rhonda e seu
leão de estimação covarde, chamado Quickclaw, durando apenas uma temporada; em
1982 foi lançado um comercial promocional do jogo que tinha a participação do
ator Jack Black ainda criança; os crocodilos do jogo foram baseados na abertura
do desenho “Faísca e Fumaça” (The Heckle and Jeckle), onde eles aparecem
correndo sobre uma fileira de crocodilos; David Crane revelou mais tarde que
era possível alterar a direção e o ângulo do pulo durante os primeiros três
décimos de segundo após apertar o botão de salto; a Activision foi a primeira
desenvolvedora de jogos a oferecer brindes como o patch “Pitfall! Harry Explorer Club” aos jogadores que alcançassem
os mais altos scores e apresentassem uma foto do seu placar comprovando o feito.
Pitfall!, com certeza, é um dos clássicos absolutos da era Atari.
Comercial Promocional de Pitfall!
Abertura de "Faísca e Fumaça"
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