segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Filmes # 3 - Carrie - A Estranha (2013)



     Assisti ontem ao novo remake de Carrie – A estranha, baseado numa das obras mais famosas de Stephen King e numa das melhores adaptações de seus livros para telinha em 1976, por ninguém menos que Brian de Palma. Dessa vez o filme foi dirigido por Kimberly Peirce (Meninos Não Choram, 2000) que entrega uma versão repaginada para os tempos atuais com direito até a videozinho gravado em celular e postado em youtube, hehe.


Fonte: (jovemnerd)
     Antes de tudo, não estou aqui para fazer comparações com a obra original, entretanto é impossível não colocar em pauta alguns aspectos e características marcantes que diferem o filme de ontem com o de hoje. Faz bastante tempo que assisti a versão antiga, com a excelente Sissy Spacek, e também a versão feita para a TV em 2002, com Angela Bettis, mas me lembro de algumas partes.
     Nessa versão atual a protagonista da vez é a Chloë Grace Moretz (Kick-Ass, 2010) no papel de Carrie White, uma adolescente problemática que foi criada por uma mãe religiosamente fanática, Margareth White, que é interpretada pela ótima Julianne Moore. A garota frequentemente sofre abusos psicológicos dos colegas do colégio, por não conseguir se ajustar bem aos padrões sociais e também por parte da mãe, que costuma trancá-la num pequeno closet para que reze e se purifique de seus pecados. Num determinado dia, enquanto ela tomava banho no vestiário da escola com outras garotas, Carrie começa a menstruar, mas como ela não entende o que está acontecendo com seu corpo que começa a amadurecer, ela acha que está ferida e sangrando até a morte e por conta disso vai procurar as outras garotas para pedir ajuda. Entretanto, ao invés de ser socorrida pelas amigas, ela vira motivo de risos e passa a ser humilhada pelo grupo de garotas, liderado por uma patricinha nojenta, Chris Hargensen, que decidiu incitar um ataque de absorventes contra White e ainda filmar o sofrimento da adolescente, toda lambuzada de sangue, para, posteriormente, postar no youtube com uma conta falsa no nome de Carrie. O bullying é impedido com a chegada da professora de educação física das garotas, Rita Desjardin, que retira a Carrie do local e resolve punir todas as garotas com treino pesado. Chris tenta inflamar as outras garotas para se negarem a aceitar a punição imposta por Miss Desjardin, mas acaba conseguindo apenas ser proibida de participar do almejado baile de formatura. Enquanto isso uma amiga de Chris, a Sue Snell, que participou do bullying contra Carrie no vestiário, se sentiu ressentida pelo que fez e teve a forçante ideia de convencer seu namorado, Tommy Ross, a convidar Carrie para o baile de formatura. Já Chris planeja uma vingança inesquecível para Carrie no grande dia do baile de formatura.

Fonte: (cinepop)

Fonte: (judao)
     Antes de ver o filme eu tinha lido muitas críticas negativas dele, principalmente pela escolha de Chloë para reviver Carrie no cinema, por ser bonita demais para o papel de esquisitona rejeitada por todos. Eu assisti e gostei muito do esforço que ela fez para esse papel, sendo que, em muitos momentos, ela chega a ser convincente como uma adolescente estranha que todos evitam na escola. O Problema é a transição de menina ingênua e esquisita para rainha do baile, que acontece num piscar de olhos, ou seja, se a gente não considerasse a tragédia que estava por vir no baile poderia até imaginar Carrie, depois do baile convivendo pacificamente com jovens que até então a maltratavam constantemente. Na prática não seria um processo simples de acontecer nem do ponto de vista dela e nem do ponto de vista dos demais. Outra coisa que me passou pela cabeça vendo a cena do baile é que Sue não se incomoda em emprestar seu namorado, que é super popular e desejado no colégio, para Carrie e esta, por sua vez, demonstra estar bastante encantada pelo moçoilo. Levando em conta que o incidente do baile não tivesse ocorrido eu imaginei Carrie e Tommy se apaixonando na noite do baile (até porque ela estava deslumbrante na festa) e Sue acabar ganhando de presente uma rival com poderes paranormais, hehe. 

Fonte: (pipocamoderna)

     Outra coisa que me incomodou um pouco foi a maneira como os poderes de Carrie foram apresentados, mas isso já não é um problema da atriz e sim da direção. Lembro vagamente que nas outras versões isso acontecia de maneira mais implícita, até porque a própria Carrie estava descobrindo no decorrer do filme que tinha poderes especiais, mas ela não tinha o menor controle sobre isso, mesmo após pesquisar sobre o assunto, e o ápice acaba sendo a manifestação máxima desses poderes após um momento de forte tensão emocional. Já a Carrie de 2013 parece lidar melhor com a noção de ser diferente dos outros por possuir habilidades sobrenaturais. Num determinado ponto ela já parece ter o controle de seus poderes e até utiliza suas mãos para manifestá-los (o que rendeu a infame comparação com X-Men, por parte de alguns críticos), enquanto no antigo Sissy Spacek utilizava apenas olhares para manifestar suas habilidades, o que gerava um resultado mais interessante.

Fonte: (ochaplin)

     Em relação a interpretação de Julianne Moore como Margareth White, posso dizer que é o ponto forte do filme e algumas das melhores cenas acontece quando a mãe de Carrie entra em cena com sua mente perturbada, querendo proteger a filha de todos, mas não conseguindo protegê-la nem de seu próprio fanatismo. O resto do elenco é descartável e não fez nada de relevante que mereça menção.
Outro ponto forte são os efeitos especiais utilizados que funcionam muito bem nas cenas em que Carrie usa seus poderes, principalmente nas cenas do baile e no embate com sua mãe. Já a trilha sonora não tem nada de especial também e é facilmente esquecível. Por fim, o final do filme difere tanto da versão original, quanto da versão de 2002, mas nem por isso se torna interessante e ainda deixa um gancho para uma possível continuação, que seria desnecessária. 

Fonte: (cinegeek)

     De uma forma geral a nova versão de Carrie é uma versão boa de ver, desde que você não se preocupe em compará-lo com a versão de Brian de Palma, de 1976, ou com o livro de Stephen King. A história é a mesma de sempre, algumas cenas são exatamente idênticas ao da versão original, mas tem em compensação uma Carrie um pouco menos estranha que as outras.

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